terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Lectio Divina - 07/01/14


TERÇA-FEIRA -07/01/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1João 4,7-10


Hoje se insiste muito no amar de uma forma ativa, como se tratasse de um imperativo: devemos amar e amar-nos, todavia, a Sagrada Escritura insiste continuamente no contrário, em usar esta expressão de forma passiva; deixar-nos amar. João, nesta passagem, nos diz claramente que é precisamente Deus quem nos ama e que este amor que recebemos Dele, é o que nos capacita para que nós possamos amá-lo e amar-nos uns aos outros. Quando o homem não se dispõe e, sobretudo, quando não se abre a este amor, o esforço por amor se traduz em insatisfação e frustração, pois, só o amor de Deus é capaz de mover-nos ao verdadeiro amor. É por isso, que a vida espiritual e a vida do homem são fundamentais já que nela é onde Deus se manifesta a nós com seu amor. Paulo, em sua carta aos Romanos, nos diz que “o amor de Deus se derramou em nossos corações por meio do Espírito Santo”. Esta expressão completa o que hoje nos refere João, já que para nós, os cristãos, esta força para amar se vê aperfeiçoada pela habitação do Espírito em nossas almas. É com este amor que teremos que amar-nos uns aos outros. Por isso, uma família que tem uma relação forte e profunda com Deus, estabelece entre seus membros um vínculo indestrutível e uma relação amorosa e terna. Abramos nosso coração a Deus e permitamos que seja Ele quem nos ame, para com esse amor também amor aos demais.



ORAÇÃO INICIAL 

Senhor, pedimos-te que tua divina luz ilumine nossos corações, com ela avançaremos através das trevas do mundo até chegar à pátria, onde tu é eterna claridade. Por Nosso Senhor. Amém!



REFLEXÃO

Mateus 4,12-17.23-25

Uma breve informação sobre o objetivo do Evangelho de Mateus. O evangelho de Mateus foi escrito na segunda metade do século primeiro, para encorajar as comunidades, frágeis e pequenas, dos judeus convertidos que viviam na região da Galiléia e da Síria. Sofriam perseguições e ameaças por parte dos irmãos judeus pelo fato de aceitar Jesus como Messias e acolher aos pagãos. Para fortalecê-las na fé, o evangelho de Mateus insiste em dizer que Jesus é realmente o Messias e que a salvação que Ele traz não é somente para os judeus, mas sim, para toda a humanidade. Logo, no começo de seu evangelho, na genealogia, Mateus já aponta à vocação universal de Jesus, já que como “Filho de Abraão” (Mt 1,1.17) ele será “fonte de benção para todas as nações” (Gn 12,3). Na visita dos magos, chegados do Oriente, sugere de novo que a salvação se dirige aos pagãos (Mt 2,1-12). No texto do evangelho de hoje, mostra como a luz que brilha na “Galiléia dos Gentios” brilha também fora das fronteiras de Israel, na Decápolis e mais além do Jordão (Mt 4,12-25). Mais adiante, no Sermão do Monte, Jesus dirá que a vocação da comunidade cristã é ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14) e pede amor para os inimigos (Mt 5,43-48). Jesus é o Servo de Deus que anuncia o direito às nações (Mt 12,18). Ajudado pela mulher cananéia, o próprio Jesus supera as fronteiras da raça (Mt 15,21-28). Supera também as leis de pureza que impediam a abertura do Evangelho para os pagãos (Mt 15,1-20). E no final quando Jesus envia seus discípulos a todas as Nações, fica ainda mais clara a universalidade da salvação (Mt 28,19-20). Mesmo assim, as comunidades são chamadas a abrir-se à todos, sem excluir ninguém, pois todos são chamados a viver como filhos e filhas de Deus.

Hoje o evangelho descreve como se iniciou esta missão universal. Foi a notícia da prisão de João Batista que levou Jesus a começar sua pregação. João havia dito: “Arrependei-vos, porque o Reino de Deus está próximo” (Mt 3,2). Por isto foi encarcerado por Herodes. Quando Jesus soube que João estava preso, voltou a Galiléia anunciando a mesma mensagem: “Arrependei-vos porque o Reino de Deus está próximo” (Mt 4,17). Com outras palavras, desde o começo, a pregação do evangelho trazia riscos, porém, Jesus não se deixou intimidar. Deste modo, Mateus anima às comunidades que estavam correndo os mesmos riscos de perseguição. E cita o texto de Isaias: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande Luz”. Como Jesus, as comunidades são chamadas a ser “Luz dos povos”.

Jesus começa o anuncio da Boa Noticia andando por toda Galiléia. Não fica parado, esperando que as pessoas cheguem a ele. Ele mesmo vai as reuniões das pessoas, nas sinagogas, para anunciar sua mensagem. As pessoas levam-lhe enfermos, endemoninhados, e Jesus acolhe a todos e os cura. Este serviço aos enfermos forma parta da Boa Notícia e revela as pessoas a presença do Reino.

Assim, a fama de Jesus se estende por toda a região, atravessa as fronteiras da Galiléia, penetra na Judéia, chega até Jerusalém, vai até além do Jordão e alcança a Síria e a Decápolis. Ali nestas regiões se encontravam as comunidades para quem Mateus estava escrevendo seu evangelho. Agora, sabem que apesar de todas as dificuldades, estão sendo essa luz que brilha nas trevas.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Será que irradia alguma luz de você para os demais?
Hoje muitos se fecham na religião católica. Como viver hoje a universalidade da salvação?



ORAÇÃO FINAL 

(SL 72,7-8)
Hoje repetirei as pessoas más, que Deus lhes ama.






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