sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Lectio Divina - 10/01/14


SEXTA-FEIRA -10/01/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1João 5,5-13


Aqui vencer o mundo não significa derrotá-lo como inimigo, mas sim, ganhá-lo como amigo, porque Deus quer que todos os homens se salvem e enviou seu Filho para que o mundo se salve através Dele, portanto, devemos entender que vencer o mundo significa ganhá-lo para Deus, assim como Jesus se apresenta como salvador de todos. Vence o mundo aquele que acredita que Jesus nos mostra plenamente Deus e não uma parte Dele como os antigos profetas. O testemunho de Jesus a igreja o vê apresentado nos sacramentos do batismo e da eucaristia, por isso, João fala da manifestação de Jesus mediante a água e o sangue, porque são os momentos de seu batismo e, de sua morte os constitutivos da realidade da igreja. Todavia, o Espírito Santo é quem dá testemunho da filiação divina de Jesus, por isso, nos dizia Paulo que o Espírito é quem nos impulsiona a chamar Deus de “Abba” e a Jesus “Senhor”, porque é o Espírito quem em nós dá origem à fé e a pregação de Jesus e ao chamado do Pai. É o Espírito Santo, o batismo e a eucaristia os portadores e os prosseguidores da vida cristã, porém, também são a antecipação da vida eterna a qual todos os homens são chamados e que podemos fazer nossa, mediante a docilidade do Espírito Santo e a fidelidade ao evangelho de Jesus.



ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus que por meio de teu Filho clareou para todos os povos a aurora de tua eternidade, concede a teu povo reconhecer a glória de seu Redentor e chegar um dia a luz eterna! Por Nosso Senhor. Amém!


REFLEXÃO

Lucas 4,14-22ª


Animados pelo Espírito Santo, Jesus volta a Galiléia e começa anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus. Indo pelas comunidades e ensinando nas sinagogas chega a Nazaré, onde havia se criado. Voltava a comunidade na qual, desde pequeno, havia participado nas celebrações durante trinta anos. No sábado seguinte, segundo o costume, vai a sinagoga para estar com as pessoas e participar na celebração.

Jesus se levanta para fazer a leitura. Escolhe o texto de Isaias que fala dos pobres, dos presos, dos cegos e dos oprimidos. O texto reflete a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. Em nome de Deus, Jesus toma postura em defesa de seu povo e, usando as palavras de Isaias, define sua missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos que de imediato vão ver, despedir livres os oprimidos. Retomando a antiga tradição dos profetas, proclama “um ano da graça do Senhor”. Proclama um ano de jubileu. Jesus quer reconstruir a comunidade, o clã, para que fosse novamente expressão de sua fé em Deus. Se Deus é Pai/Mãe, todos devemos ser irmãos e irmãs uns dos outros.

No Israel antigo, a grande família ou o clã ou a “comunidade”, era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da possessão da terra, a principal via da tradição e da defesa da identidade do povo. Era a forma concreta em que o amor de Deus se encarnava no amor ao próximo. Defender o clã, a comunidade, era o mesmo que defender a Aliança com Deus. Na Galiléia do tempo de Jesus, um duplo cativeiro marcava a vida das pessoas e estava contribuindo para a desintegração do clã, da “comunidade”: o cativeiro da política do governo de Herodes Antipas (4 aC a 39 dC) e o cativeiro da religião oficial. Por causa do sistema de exploração e de repressão da política de Herodes Antipas, apoiada pelo império Romano, muitas pessoas eram excluídas, ficavam sem lar e sem emprego (Lc 14,21;Mt 20,3.5-6). O clã, a “comunidade” ficou debilitada. As famílias e as pessoas ficaram sem ajuda, sem defesa. E a religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época, em vez de fortalecer a comunidade, para que pudesse acolher aos excluídos, reforçou ainda mais esse cativeiro. A Lei de Deus era usada para legitimar a exclusão de muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, possuídos, publicanos, mutilados, paraplégicos. Era o contrário da fraternidade que Deus sonhou para todos! Assim, tanto a conjuntura política e econômica como a ideologia religiosa, tudo conspirava para debilitar a comunidade local e impedir a manifestação do Reino de Deus. O programa de Jesus, baseado no profeta Isaias, oferecia uma alternativa.

Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto e o liga com a vida do povo dizendo: “Hoje se cumpre estas profecias que acabam de ouvir!”. Sua maneira de ligar a Bíblia com a vida das pessoas, produz uma dupla reação. Alguns acreditam e ficam admirados. Outros têm uma reação de descrédito. Ficam escandalizados e não querem saber nada Dele. Dizem: “Este não é o filho de José?” (Lc 4,22). Por que é que se escandalizaram? Porque Jesus fala de acolher os pobres, os cegos, os oprimidos. Porém, eles não aceitam sua proposta. E assim, quando Jesus apresenta seu projeto de acolher os excluídos, Ele próprio é excluído!




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus liga a fé em Deus com a situação social de seu povo. E eu, como vivo minha fé em Deus?
No lugar onde vivo existem cegos, presos, oprimidos? O que eu faço?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 72,17)
Hoje repassarei os mandamentos e passarei um tempo com as pessoas que convivo, especialmente com aquelas que normalmente as rejeito.





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