quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Lectio Divina - 23/01/14


QUINTA-FEIRA -23/01/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1Samuel 18, 6-9;19,1-7


O Livro do Eclesiástico diz: “Quem encontra um amigo encontra um tesouro”. Esta passagem nos mostra o que implica uma verdadeira amizade, pois, nela vemos como um interessado pelo bem de seu amigo, não só o esconde e o previne sobre o perigo que corre, mas, procura por todos os meios, salvá-lo. Nosso mundo superficial, não nos permite muitas vezes chegar a criar uma amizade verdadeira, o que é uma grande perda. Pensamos que a maioria de nossas relações são só esporádicas e falta de compromissos, coisa que ocorre nas relações de noivado e inclusive no próprio matrimônio. É, pois, necessário sair de nossa superficialidade e procurar crescer no amor, para que nossa amizade cresça e se robusteça. O próprio Jesus expressou a seus apóstolos que a relação que Ele queria ter com eles não era formal, como a que tem um servo com seu Senhor, mas sim uma profunda e cordial relação de amigos. Isto requer oração, dedicação de tempo, compreensão e generosidade, não é pouco, mas, na verdade, vale a pena.



ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amém! 



REFLEXÃO

Marcos 3,7-12


A conclusão a que se chega, ao final destes cinco conflitos, é que a Boa Nova de Deus tal e como era anunciada por Jesus, dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isto, ao final do conflito, se prevê que Jesus não vai ter uma vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível compreender a Boa Nova. 

Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versos do evangelho de hoje são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Mc 2,1 até 3,6, se fala só de conflitos, inclusive do conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galiléia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, parece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, porque chegava gente não só da Galiléia, mas também da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, de outro lado do Jordão, de Tiro e de Sidon para encontrar-se com Jesus (Mc 3,7-12), Todos querem vê-lo e tocá-lo. É tanta gente que até Jesus fica preocupado. Corre o risco de ser esmagado pelas pessoas. Por isso, pede aos discípulos que tenham a disposição um barco para que a multidão não o esmague. E do barco Ele falava com a multidão. Eram, sobretudo, excluídos e marginalizados que vinham a Ele para que os curasse de seus males. Estes que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são agora acolhidos por Jesus. E aqui o contraste: por um lado a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); por outro lado um movimento popular imenso que procura em Jesus a salvação. Quem vencerá?

Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa nas pessoas é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas do enfrentamento de Jesus com os escribas é expulsão dos demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão, é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que é que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?

No tempo de Marcos, o medo dos demônios crescia muito. Algumas religiões, ao invés de libertar as pessoas, alimentavam o medo e a angustia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar as pessoas para que se libertassem deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para submeter Satanás, o poder do mal, e subtrair de suas garras a humanidade presa pelo medo (Mc 3,27). Por isto, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Desde o principio até o fim, com palavras quase iguais, repete a mensagem: “Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece um refrão! Hoje, ao invés de usar sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do Mal, Satanás, que infundiu medo entre as pessoas, Jesus o venceu, o dominou, o submeteu, o destruiu, o derrubou, o jogou, o eliminou, o exterminou, o aniquilou, o abateu, o destruiu e o matou!”. O que Marcos quer dizer-nos é o seguinte: “Aos cristãos está proibido ter medo de Satanás!”. Depois que Jesus ressuscitou, é uma mania e falta de fé fazer referência toda hora à Satanás, como se tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar as pessoas à vir para a igreja, é desconhecer a Boa Nova do Reino! É falta de fé na ressurreição de Jesus!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como é que você vive tua fé na ressurreição de Jesus? Ajuda-te a vencer o medo?
Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em tua vida?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 40,17)
Hoje darei um pouco de minha vida, prestando mais atenção a meus seres queridos, ou dedicando uma palavra de alento a um amigo ou compartilhando meus bens com os necessitados. 




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