quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Lectio Divina - 22/01/14


QUARTA-FEIRA -22/01/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1Samuel 17,32-33.37.40-51


Um dos grandes erros das pessoas do mundo de hoje é pensar que pode realizar sua vida com suas próprias mãos; que pode prescindir de Deus, que pode fazer frente a seus problemas sem ajuda, apenas com sua débil vontade. Acredita que a técnica, a ciência e sua inteligência podem dar-lhe a vitória, a alegria e a paz. Esta passagem nos mostra que isto é um erro. É a força de Deus, a fé e o poder do Espírito Santo que saem em nossa defesa, mesmo contra nossos mais ferozes adversários, como podem ser nossas paixões e debilidades. Esta passagem nos lembra o que havia proclamado o salmista: “O homem não vence por sua própria força, mas sim, pela sua confiança e entrega à Deus”. Se o homem se acovarda, como Saul diante de seus problemas é porque, como ele, se esqueceu que tem como aliado o Senhor, o Rei do universo para quem tudo é possível. Não te deixes atemorizar por teus problemas e dificuldades, faz-lhes frente, porém, faça-o como Davi, com a força e o poder de Deus.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amém! 



REFLEXÃO

Marcos 3,1-6


No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos coloca no começo de seu evangelho. Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado pelo próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre Ele e as autoridades religiosas de seu tempo. É um conflito de vida e morte. É preciso notar a categoria dos adversários que aparece neste último conflito. Trata-se de fariseus e herodianos, isto é, de autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve seu evangelho nos anos 70, muitos lembram a terrível perseguição dos anos 60, na qual Nero encarcerou muitas comunidades cristãs. Ao ouvir como o próprio Jesus havia sido ameaçado de morte e como se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam coragem e orientação para não desanimar ao longo do caminho.

Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Tinha costume de participar nas celebrações da multidão. Ali havia um homem com uma mão atrofiada. Uma pessoa com incapacidade física não podia participar plenamente, já que era considerada impura. Ainda que estivesse presente na comunidade, era marginalizada. Devia manter-se afastada dos demais.

A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observavam para ver se Jesus curava em dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um enfermo era o mesmo que trabalhar. Por isto, ensinavam: “É proibido curar no dia de sábado!”. Colocavam a lei acima do bem estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque colocava o bem estar das pessoas acima das normas e das leis. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o zelo pela lei, mas sim, a vontade de acusar e de eliminar Jesus.

Levanta-te e coloque-se aqui no meio! Jesus pede duas coisas ao incapacitado físico: Levanta-te e coloque-se aqui no meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O incapacitado deve “ressuscitar”, levantar-se, colocar-se no meio e ocupar seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem colocar-se no meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todos os demais! Jesus chamou o excluído para que se colocasse no meio.

A pergunta de Jesus deixa os demais sem resposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar? Podia ter perguntado: “Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?”. Todos poderiam responder: “Não é permitido!”. Mas, Jesus muda a pergunta. Para Ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar!”. Com sua pergunta, Jesus coloca o dedo na ferida. Denuncia a proibição de curar em dia de sábado como um sistema de morte. Pergunta sabia! Os adversários ficaram sem resposta.

Jesus fica indignado diante da dureza dos adversários. Jesus reage com indignação e com tristeza diante da atitude dos fariseus e dos herodianos. Manda o homem estender a mão, e o cura. Ao curar o incapacitado, Jesus mostra que Ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta a ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte. Não têm medo de matar para defender o sistema contra Jesus que os ataca e critica em nome da vida.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

O incapacitado foi chamado a colocar-se no centro da comunidade. Em nossa comunidade, os pobres e excluídos têm um lugar privilegiado?
Você já se confrontou alguma vez com pessoas que, igualmente aos herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem estar das pessoas? O que sentiu naquele momento? Deu-lhes razão ou os criticaste? 




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 11,23-36)
Hoje durante alguns momentos de oração, vou procurar descobrir a vontade de Deus para levá-la a cabo e ser assim, um fiel servidor seu, sendo serviçal e generoso de espírito. 






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