quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Lectio Divina - 11/02/15


DIA 11/02/15
PRIMEIRA LEITURA à Gênesis 2,4-9.15-17
·         Neste segundo relato da criação, o autor sagrado nos apresenta não só a data da criação do homem, o qual recebe o “alento divino” (imagem do ser semelhante a Deus), mas também inicia a instrução sobre a obediência que o homem deve ter a Deus. É importante notar como Deus dá TUDO ao homem, exceto uma árvore. Por outro lado, vemos que Deus não lhe proíbe comer dessa árvore, só porque deseja, mas sim, porque sabe que o dia que daquela árvore comer “morrerá sem remédio”. Todos os mandamentos de Deus têm por trás o amor de Deus por nós que procura que não nos percamos, e não uma vontade egoísta. Quando nós desobedecemos a Deus nos lastimamos profundamente, algo dentro de nós sangra e podemos até morrer. Aprendamos a ter confiança em Deus, pois, se Ele disse que morreremos é porque assim será. Evitar o pecado e obedecer a Deus, nisto nós seremos os únicos beneficiados. Aprendamos a obedecer, pois, na obediência está a verdadeira felicidade.
ORAÇÃO INICIAL
·         Vela, Senhor, com amor contínuo sobre tua família, proteja-a e defenda-a sempre, já que só em ti tenho colocado sua esperança. Por Nosso Senhor. . .
REFLEXÃO à Marcos 7,14-23
·         O evangelho de hoje é a continuação do assunto que meditamos ontem. Jesus ajuda às pessoas e aos discípulos a entender melhor o significado que a pureza tem diante de Deus. Há séculos, para não tornar-se impuros, os judeus observavam muitas normas e costumes relacionados com comida, bebida, roupa, higiene pessoal, lavagem das louças, contato com os pagãos de outra religião e raça, etc. (Mc 7,3-4). Não tinham permissão para entrar em contato com os pagãos e comer com eles. Nos anos 70, época de Marcos, alguns judeus convertidos diziam: “Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos”. Porém, outros pensavam que deviam continuar a observar estas leis de pureza. A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, nos ajuda a superar o problema.
·         Marcos 7,14-16: Em casa os discípulos pedem explicação. Os discípulos não entenderam bem o que Jesus queria dizer com aquela afirmação. Quando chegaram em casa pediram uma explicação. Jesus estranhou a pergunta dos discípulos. Pensava que haviam entendido a parábola. Na explicação aos discípulos vai ao fundo da questão da pureza. Declara puros todos os alimentos! Isto é: nenhum alimento que entra no ser humano pode torná-lo impuro, pois, não vai até ao coração, mas sim, vai ao estomago e termina de novo fora do ser humano. O que o torna impuro, disse Jesus, é aquilo que sai do coração para envenenar a relação humana. E enumera: prostituição, roubo, assassinato, adultério, ambição, etc. Assim, de muitas maneiras, pela palavra, pela convivência, Jesus foi ajudando as pessoas a ver e a conseguir a pureza de outra maneira. Pela palavra, purificada aos leprosos (Mc 1,40-44), expulsava os espíritos impuros (Mc 1,26-39;3,15.22,etc.), e vencia a morte que era fonte de toda impureza. Graças a Jesus que a toca, a mulher excluída como impura fica curada (Mc 5,25-34). Sem medo de ser contaminado, Jesus come junto com as pessoas consideradas impuras (Mc 2,15-17).
·         As leis da pureza no tempo de Jesus. As pessoas daquela época se preocupavam muito pela pureza. A lei e as normas de pureza indicavam as condições necessárias para que alguém pudesse apresentar-se diante de Deus e sentir-se em sua presença. Não era possível apresentar-se diante de Deus de qualquer maneira. Pois, Deus é Santo. A Lei dizia: “Sede santos, porque eu sou santo!” (Lv 19,2). Os impuros não podiam chegar próximo de Deus para receber Dele a benção prometida a Abraão. A lei do que é puro e impuro (Lv 11 a 16), foi escrita depois do cativeiro da Babilônia, uns 800 anos depois do Êxodo, porém, tinha suas raízes na mentalidade e nos antigos costumes do povo da Bíblia. Uma visão religiosa e mítica do mundo levava as pessoas a apreciar coisas, animais e pessoas, a partir da categoria de pureza (Gn 7,2; Dt 14,13-21; Nm 12,10-15; Dt 24,8-9). No contexto da dominação persa, séculos V e IV antes de Cristo, diante da dificuldade de reconstruir o templo de Jerusalém e para a sobrevivência do clero, os sacerdotes que estavam no governo do povo da Bíblia ampliaram as leis de pureza e a obrigação de oferecer sacrifícios de purificação pelo pecado. Assim, depois do parto (Lv 12,1-8), da menstruação (Lv 15,19-24) ou da cura de uma hemorragia (Lv 15,25-30), as mulheres deviam oferecer sacrifícios para recuperar a pureza. Os leprosos (Lv 13) ou aqueles que entravam em contato com coisas e animais impuros (Lv 5,1-13) também deviam oferecer sacrifícios. Uma parte destas oferendas ficava para os sacerdotes (Lv 5,13). No tempo de Jesus, tocar um leproso, comer com um publicano, comer sem lavar as mãos, e tantas outras atividades, etc. tudo isto tornava impura a pessoa, e qualquer contato com esta pessoa contaminava os demais. Por isto, as pessoas “impuras” deviam ser evitadas. As pessoas viviam com medo, ameaçadas sempre por tantas coisas impuras que ameaçavam sua vida. Estavam obrigadas a viver desconfiando de tudo e de todos. Agora, de repente, tudo muda! Através da fé em Jesus, era possível conseguir a pureza e sentir-se bem diante de Deus, sem que fosse necessário observar todas aquelas leis e normas da “Tradição dos Antigos”. Foi uma libertação! A Boa Nova anunciada por Jesus tirou as pessoas da defensiva, do medo, e devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus, sem medo de ser feliz!
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Em tua vida, existem costumes que considera sagrado e outros que considera não sagrado? Quais? Por quê?
·         Em nome da Tradição dos Antigos, os fariseus esqueciam os Mandamentos de Deus. Isto acontece hoje? Onde e quando? Também em minha vida?
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 103/104)
·         Hoje dedicarei alguns momentos para revisar quantas vezes não tenho sido fiel a Deus e me farei o propósito de continuar fiel um dia de cada vez.





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