sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Lectio Divina - 13/02/15




DIA 13/02/15
PRIMEIRA LEITURA – Gênesis 3,1-8
·         O amor humano entre marido e mulher, valor tão sublime e grande, tem-se tornado freqüentemente instrumento de dominação e causa de ódio e divisão. Mas “no princípio não era assim”: Não é esta a intenção de Deus. O homem deve contestar a realidade presente, e construir uma nova conforme o desígnio de Deus. Diz o Vaticano II: “Justamente porque um ato eminentemente humano, realizando-se diretamente de pessoa para pessoa com um sentimento que nasce da vontade, o amor entre marido e mulher abrange o bem de toda a pessoa e, por isso, tem a possibilidade de enriquecer com particular dignidade os sentimentos do espírito e suas manifestações físicas, e de nobilitá-las como elementos e sinais especais da amizade conjugal. O Senhor mesmo corrigiu e elevou este amor com um dom especial de graça a caridade”.
 ORAÇÃO INICIAL
·         Vela, Senhor, com amor contínuo sobre tua família, proteja-a e defenda-a, já que só em tem colocado sua esperança. Por Nosso Senhor.
REFLEXÃO à Marcos 7,31-37
·         No evangelho de hoje, Jesus cura um surdo. Este episódio é pouco conhecido. No episódio da mulher cananéia, Jesus supera as fronteiras do território nacional e acolhe uma mulher estrangeira que não era do povo e com quem era proibido conversar. Essa mesma abertura continua no evangelho de hoje.
·          Marcos 7,31: A REGIÃO DA DECÁPOLIS. “Andou pela região de Tiro e veio de novo, por Sidon, ao mar da Galiléia, atravessando a Decápolis”. Decápolis significa, literalmente, Dez Cidades. Era uma região de dez cidades a sueste da Galiléia, cuja população era pagã.
·         Marcos 7,31-35. ABRIR OS OUVIDOS E SOLTAR A LINGUA. Um surdo é levado diante de Jesus. A maneira de curá-lo é diferente. As pessoas queriam que Jesus apenas impusesse as mãos sobre ele. Mas, Jesus vai muito mais além do que lhe pedem. Leva o homem diante da multidão, coloca os dedos nos ouvidos e com a saliva lhe toca a língua, olha para o céu, dá um gemido e diz: “Effata!”, isto é, “Abre-te!”. Nesse mesmo instante, os ouvidos do surdo se abriram e o homem começou a falar corretamente. Jesus quer que as pessoas abram os ouvidos e soltem a língua!
·         Marcos 7,36-37: JESUS NÃO QUER PUBLICIDADE. “Jesus mandou que ninguém contasse nada. Porém, quanto mais proibia, mais eles falavam. E se maravilhavam sobremaneira e diziam: “Tudo foi bem feito, faz ouvir os surdos e falar os mudos”. Ele lhe proíbe falar de sua cura, mas não consegue. Aquele que tem alguma experiência de Jesus, conta aos demais, queira ou não queira! As pessoas que assistiram a cura começam a proclamar o que tem visto e resumem assim a Boa Nova: “Tudo Ele faz bem, faz os surdos ouvirem e os mudos falarem!”. Esta afirmação das pessoas faz lembrar a criação, onde se diz: “Deus viu que tudo era muito bom”(Gn 1,31). E evoca a profecia de Isaias, onde se diz que no futuro os surdos ouviram e os mudos falaram (Is 29,28;35,5 cf. Mt 11,5).
·         A RECOMENDAÇÃO DE NÃO CONTAR NADA A NINGUÉM. Às vezes, se exagera na atenção que o Evangelho de Marcos atribui a proibição de divulgar a cura, como se Jesus tivesse um segredo que precisa guardar. Na maioria das vezes que Jesus faz um milagre, não pede silêncio. E uma vez até pediu publicidade (Mc 5,19). Algumas vezes, entretanto, dá ordem de não divulgar a cura (Mc 1,44;5,43;7,36;8,26), porém, isso obtêm o resultado contrário. Quanto mais proíbe, tanto mais a Boa Nova se difunde (Mc 1,28.45; 3,7-8; 7,36-37). Proibir, não serve para nada! Pois, a força interna da Boa Nova é tão grande que se divulga por si mesma!
·         ABERTURA CRESCENTE NO EVANGELHO DE MARCOS. Ao longo das páginas do evangelho de Marcos existe uma abertura crescente para os demais povos. Assim, Marcos leva aos leitores e as leitoras a abrir-se à realidade do mundo ao redor e a superar idéias pré-concebidas que impedem a convivência pacífica entre as pessoas. Em seu caminho pela Decápolis, a religião pagã, Jesus atende a súplica das pessoas do lugar e cura o surdo. Não têm medo de contaminar-se com a impureza de um pagão, pois, cura-o tocando-lhe os ouvidos e a língua. As autoridades dos judeus e dos discípulos têm dificuldade em ouvir e entender, no entanto, um pagão era surdo e consegue falar e ouvir graças a Jesus que o toca. Lembra o cântico de Isaias: “O Senhor Yahvé me abriu o ouvido e não resisti” (Is 50,4-5). Ao expulsar os vendedores do templo, Jesus critica o comércio injusto e afirma que o templo tem que ser casa de oração para todos os povos (Mc 11,17). Na parábola dos vinhateiros homicidas, Marcos faz alusão a que a mensagem se tirará do povo eleito, dos judeus, e se dará aos demais, aos pagãos (Mc 12,1-12). Depois da morte de Jesus, Marcos apresenta a profissão de fé de um pagão aos pés da cruz. Ao citar o centurião romano e seu reconhecimento de Jesus como Filho de Deus, está dizendo que o pagão é mais fiel que os discípulos e mais fiel que os judeus (Mc 15,39). A abertura para os pagãos aparece de forma muito clara na ordem final que Jesus dá aos discípulos, depois da ressurreição: “Ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda a criação” (Mc 16,15).
 PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Jesus foi muito aberto para as pessoas de outra raça, de outra religião e de outros costumes. Os cristãos, hoje, têm a mesma abertura?
·         Definição da Boa Nova: “Jesus faz todas as coisas muito bem!” Sou Boa Nova para os outros?
 ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 31/32)
·          Hoje cuidarei das palavras que saírem de minha boca, para não blasfemar e não ferir ou lastimar a quem me rodeia.





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