quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Lectio Divina - 16/8/12





QUINTA-FEIRA -16/08/2012

PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 12,1-12

•    Não é raro na literatura profética encontrarmos, como na passagem de hoje, encenações que procuram ilustrar ao povo com imagens o que não querem entender com as palavras. O profeta lhes faz ver que, da mesma forma como ele saiu de Jerusalém, assim saíram também todos eles começando pelo Rei. Diante destas palavras, sempre me pergunto: “Não será suficiente, tudo o que estamos vivendo hoje no mundo, para que entendamos que temos diluído o Evangelho de Jesus; que nossa vida se distancia muito de ser o que o Senhor nos convidou a viver em sua Igreja?”. Não parece que as pregações tenham grande impacto no povo, e a maioria de nossos irmãos batizados, caminham pelo caminho da obscuridade, do hedonismo, do materialismo, e alguns, de coisas piores. Hoje em dia recebemos noticias de que, em diferentes partes do mundo, imagens de Maria Santíssima choram, inclusive algumas até choram sangue. Questionado sobre este particular, o Santo Padre João Paulo II dizia: “Se a imagem de Nossa Senhora chora, por algum motivo será!”. Com estas palavras, sem admitir de tudo o sucesso, deixava aberta a reflexão do por que este tipo de acontecimento. Irmãos, não podemos fechar nossos olhos diante da realidade que, vive hoje muitíssimos batizados. Oremos ao Senhor e coloquemo-nos a trabalhar para levar-lhes a mensagem de salvação, perdão e esperança.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, a quem podemos chamar de Pai, aumenta em nossos corações o espírito filial, para que mereçamos alcançar a herança prometida. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 18,21-19

•    Mateus 18,21-22: PERDOAR SETENTA VEZES SETE! Diante das palavras de Jesus sobre a correção fraterna e a reconciliação, Pedro pergunta: “Quantas vezes tenho que perdoar? Sete vezes?”. Sete é um número que indica uma perfeição e, no caso da proposta de Pedro, sete é sinônimo de sempre. Mas, Jesus vai mais longe. Elimina toda e qualquer possibilidade limite para o perdão: “Não te digo até sete, mas, até setenta vezes sete!”. Seria o mesmo que dizer: “SEMPRE!”, ou seja, setenta vezes sempre. Pois, não existe proporção entre o amor de Deus para conosco e nosso amor para com o irmão. Aqui se evoca o episódio de Lamec no AT. “Disse, pois, Lamec a suas mulheres Ada e Selia: “Ouçam-me vocês, mulheres de Lamec, tenham atenção a minhas palavras: eu matei um homem pela ferida que me fez e a um jovem por uma contusão que recebi. Se Caim tem que ser vingado sete vezes, Lamec tem que ser setenta sete vezes” (Gn 4,23-24). A tarefa das comunidades é a de intervir no processo da espiral de violência. Para esclarecer sua resposta a Pedro, Jesus conta a parábola do perdão sem limites.
• Mateus 18,23-27: A ATITUDE DO DONO. Esta parábola é uma alegoria, isto é, Jesus fala de um “dono”, porém, pensa em Deus. Isto explica os contrastes enormes desta parábola. Como veremos, apesar de que se trata de coisas normais e diárias, existe algo nesta história que não acontece nunca na vida cotidiana. Na história que Jesus conta, o dono segue as normas do direito da época. Estava em seu direito tomar um empregado e toda sua família e os colocava no cárcere, até que tivesse pagado sua dívida pelo trabalho como escravo. Mas, diante do pedido do empregado endividado, o dono perdoa a dívida: dez mil talentos. Um talento equivale a 35 kg. Segundo os cálculos feitos, dez mil talentos equivalem a 350 toneladas de ouro. Ainda que o devedor junto com sua mulher e seus filhos trabalhassem a vida inteira, nunca seriam capazes de reunir 350 toneladas de ouro. O cálculo extremo é feito a propósito. Nossa divida diante Deus é incalculável e impagável.
• Mateus 18,28-31: A ATITUDE DO EMPREGADO. Ao sair dali, o empregado perdoado encontra um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Agarrando-lhe, disse: “Pague o que me deve”. A moeda de cem denários é o salário de cem dias de trabalho. Alguns calculam que era de 30 gramas de ouro. Não existe meio para comparação entre os dois! Nem tampouco nos faz entender a atitude do empregado: Deus lhe perdoara 350 toneladas de ouro e ele não quer perdoar 30 gramas de ouro. Em vez de perdoar, faz com o companheiro o que o dono podia ter-lhe feito, mas não o fez. Mandou prender o companheiro, segundo as normas da lei, até que pagasse toda a dívida. Atitude chocante para qualquer ser humano. Desaponta outros companheiros. Seus companheiros ao ver a cena, entristecem-se muito, e foram contar a seu senhor o ocorrido. Nós também teríamos tido a mesma atitude de desaprovação.
• Mateus 18,32-35: A ATITUDE DE DEUS. “Seu senhor então mandou chamá-lo e lhe disse: Servo malvado, eu te perdoei toda aquela dívida porque me pediste. Não devia também compadecer-te de teu companheiro, do mesmo modo que eu me compadeci de ti? E encolerizado, lhe entregou ao verdugo até que pagasse tudo o que lhe devia. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida de 350 toneladas de ouro, nada mais do que justo que perdoemos ao irmão uma pequena dívida de 30 gramas de ouro. O perdão de Deus é sem limites! O único limite para a gratuidade de misericórdia de Deus vem de nós mesmos, de nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34). É o que dizemos e pedimos no Pai Nosso: “Perdoa nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofendem” (Mt 6,12-15).
• A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e fraternidade. A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes procuravam um amparo para o coração e não o encontravam. As sinagogas eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. Na comunidade cristã, o rigor de alguns na observância da Lei, levava à convivência aos mesmos critérios na sociedade e na sinagoga. Assim, na comunidade começavam a existir divisões que haviam na sociedade e na sinagoga entre rico e pobre, dominação e submissão, homem e mulher, raça e religião. A comunidade, em vez de ser espaço de acolhida, tornava-se um lugar de contenda. Juntando as palavras de Jesus, Mateus quer iluminar a caminhada dos seguidores e das seguidoras de Jesus, para que as comunidades sejam um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Perdoar. Existe pessoa que diz: “Perdôo, porém não esqueço!”. E eu? Sou capaz de imitar Deus?
• Jesus nos da o exemplo. Na hora de sua morte pede perdão por seus assassinos (Lc 23,34). Sou capaz de imitar Jesus?





ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 113,3-4)
• Hoje me esforçarei para ser diferente diante dos demais, ser diferente como o Senhor, hoje cuidarei de cada ação de meu, para que seja como um sinal do grande amor que Deus nos tem, e espera por todo aquele que o aceita.






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